domingo, 13 de junho de 2010

Eternidade, espiritualidade

Complemento do post "A Opção". Abaixo toda a minha argumentação à favor da existência de Deus e a interação ente corpo físico e mundo espiritual. Sobre criacionismo -> aqui.
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O universo sempre existiu ou surgiu? Ambas as respostas. Podemos dividir a história do universo em duas partes: pré-material e material (misto). Algo, sem duvida, precisa ser eterno, mas eternamente material é impossível. Se a matéria fosse eterna, teria se tornado morta e fria, absolutamente estática, já que na eternidade há constância e imutabilidade... Mas vendo o universo material dinâmico que temos, não podemos vir a crer nisso.

Algo precisa ser eterno e não pode ser material. Então esse algo é imaterial, sempre existindo para que o ‘tempo’ possa também existir e, existindo tempo, automaticamente promovendo a existência do ‘espaço’.

Se tudo existe hoje, é porque outra coisa existiu primeiro, servindo de base, sem dúvida. Se pensarmos assim, então há de haver bases ainda anteriores e outras para essas e assim infinitamente. Mas não, isso é inconcebível. Algo precisa ser auto-existente e estar fora desse ciclo, para que o próprio ciclo de antecessores e sucessores materiais possa ter tido o estopim. E essa base não pode ser material, pois sendo material, então, obrigatoriamente seria regida pela lei já citada: ...antecessor/sucessor-antecessor/sucessor... – analise que, segundo a lógica desse esquema, há de haver um antecessor auto-existente e imaterial, senão caímos na armadilha de matéria eterna e dinâmica eternamente, o que é inconcebível.

Analisando mais a fundo, ao constatarmos que nada absolutamente novo pode surgir - tudo o que hoje só é dessa forma porque herdou características de algo anterior, como na genética-, então o ‘antecessor base’ precisa ser ilimitado e superior a tudo o que existe, contendo na sua essência as bases que formam qualquer concepção de matéria e energia que vemos hoje e além.

--Pelo fato de ser eterno e imaterial, deslocado de nossa dimensão material, o “Antecessor não Sucessor” – única alternativa -, possui uma concepção de tempo completamente diferente da nossa, absolutamente menos caótica e dinâmica - insondável e incompreensível para qualquer ser material e, em conseqüência, mortal, cujo destino do corpo nada mais é do que virar pó pouco tempo depois de ter surgido.

Então: o universo que conhecemos hoje, o material onde vivemos, é finito, teve um princípio (como naturalmente deve ser com a matéria: limitada) e, nas bases de tudo, antes desse começo material, há a existência imaterial e espiritual, essencial base eterna, constante, imutável, aquela que regia o tempo e o espaço antes, para poder promover o surgimento da matéria e sua expansão. Abaixo o explanar:

--Big Bang: única alternativa levemente racional para uma explicação de origem do universo sem a mão de um criador. Teorias como Gaia, que pregam uma eternidade material de renovação gradativa não são lógicas, já que é impossível afirmar que matéria pode existir eternamente, igualmente é impossível conceber uma noção de tempo dentro de um universo eternamente material... E sabe-se que a matéria se deteriora com o tempo pelo simples fato de existir e sofrer a ação relativa à sua idade e contato com o meio.

A perda de energia existe à medida que tal energia é utilizada para a manutenção atômica dos elementos que formam a matéria. Ao ser gasta e modificar a matéria, torna-se ela menos “energizada” em algo inferior e o declínio é constante. Menos energia, menos complexidade. A falta absoluta de energia é algo inconcebível para a matéria... E o crescimento da complexidade e quantidade da energia é igualmente insóbrio, pois a energia só decai, não é produzida. Estrelas podem irradiar mais ou menos energia ao longo de sua existência, mas a quantidade total armazenada em sua essência nunca crescerá, sempre diminuirá.

A perda de energia indica que o universo material não pode ser eterno. Nisso o Big Bang acerta, ao dizer que houve um princípio... Mas o mesmo conceito destrói a idéia de Big Bang, pois, não havendo matéria eterna, toda a matéria originada pela ‘explosão’ deveria nascer de um vazio de energia, de um vazio de tudo, a própria explosão teria de ter ocorrido num vazio completo – senão, algo material teria de ser eterno. Não pode haver crescimento de quantidade e complexidade de energia de qualquer fonte natural... Muito menos quando as bases para sugerir uma explosão são nada mais do que um vazio absoluto, completamente inerte. Se energia em matéria não pode crescer, só se destruir, muito menos a energia pode provir de um vazio. E, de uma explosão – que, no mínimo, gera o caos-, crescer em quantidade e complexidade para formar o universo organizado.

Alguns, baseados na falta de provas, apelam para a intervenção de outras dimensões no universo, que se chocaram e causaram a explosão na nossa vazia dimensão – acontece que nossa dimensão nem existiria se fosse absolutamente vazia, já não comportaria espaço nem tempo. É fácil apelar pro que é impossível provar e refutar... A idéia de um deus é muito mais plausível... Mas a idéia de outras dimensões não é de um todo inválida, pois pode haver outra dimensão, sim, uma espiritual, que transpassa a nossa. Estudos recentes provaram que nosso universo material é limitado, que possui fronteiras, espelhos que o cercam e refletem as galáxias... Já se calculou o tamanho do universo. E o que tem depois?? Ao redor? Há de haver algo.

Voltando: explosão não gera ordem, só caos. Além disso, nem ordem nem caos podem vir a existir onde nada existe. Nada pode vir do nada. Uma explosão precisa de algo que a anteceda, pois apenas uma reação químico-física pode originar algo do tipo... E só existe química e física agindo na matéria existente... E no tempo.

Onde não há matéria, mas um vazio absoluto, nada acontece. Tempo só existe onde há algo para sofrer sua ação. Onde nada existe, o tempo morto se encontra... E onde não há tempo, nada acontece... Onde não há nada e não há tempo, também não há espaço, pois nada existe e nada acontece, nada ocupa “um espaço” para o ‘espaço’ ser necessário... E onde nada existe e nada acontece, não existe a menor possibilidade de algo vir a existir e acontecer, pois não há deslocamento nem surgimento sem tempo e não há base material alguma para uma “origem”. Digamos que é inconcebível, aos olhos materiais e à concepção humana, a existência de um vazio absoluto... Um “vazio absoluto” não pode existir em nossa dimensão, então estaria deslocado da mesma, pois nossa dimensão não suporta algo que burle suas leis invioláveis.

As leis invioláveis do universo que conhecemos também são regidas pela ‘existência’ – só quando algo ‘existe’ é que leis são possíveis e movimento/expansão estão presentes dentro do espaço/tempo - que, por sua vez, só existe devido a própria ‘existência’ de algo que possibilite a concepção daquilo que lhe é essencial para agir (das duas partes essenciais, nenhuma perdura sozinha, só onde há ‘existência’ o espaço/tempo existe e só quando o espaço/tempo são fato, há possibilidade de um terceiro fator, a ‘existência’ - a única explicação é que espaço/tempo e ‘existência’ sejam eternos - mas a ‘existência’, como vimos, imaterial).

Até o espaço negro do universo é formado por algo, pois corpos e poeira estelar vagam nesse espaço, assim como uma carroça anda na estrada e a água se desloca no encanamento. Algo que serve de caminho ou abrigo para essência material, deve ser material também e este, por sua vez, devendo ser comportado também por outra coisa, se abriga, após uma seqüência de bases materiais, no espiritual. – Algo sempre existe porque outro o suporta, na concepção material isso levaria a uma seqüência interminável de ‘objeto’ e ‘caminho’, pois o ‘caminho’ do ‘objeto’ também é ‘objeto’, mas daquilo que é maior do que ele, que o comporta, seu ‘caminho’ e este caminho, logo, é ‘objeto’ de algo que o possa comportar também e, assim, infinitamente... Pois nada material é auto-existente. Uma seqüência infinita é inconcebível. Precisa haver um ‘caminho não objeto’, o ‘caminho base’, auto-existente, fora da matéria, pois sendo material, cairia na armadilha já citada. Só estando fora desse ciclo de ‘...caminho-objeto/caminho-objeto...”, é que pode iniciá-lo. E, analise mais a fundo: esse ‘caminho base’ deve ser assombrosamente vasto, até mesmo interminável, pois a partir dele se inicia a vasta seqüência de conteúdo e continente, ou, ‘objeto’ e ‘caminho’.

Uma conseqüência só se origina de uma causa. A conseqüência de um vazio absoluto é um vazio absoluto. Nada pode vir a existir sem existir algo semelhante primeiro, uma conseqüência possui a ‘digital’, o ‘gene’ de sua Causa, é possível saber a causa de um rio transbordante: chuva abundante. A causa da permanência de uma espécie: sua luta por sobreviver. A causa de minha aparência física: carrego os genes de meus genitores.

A Causa-e-Efeito é uma lei universal regida pela termodinâmica. Nenhum ‘efeito’ é mais complexo e maior do que sua Causa, isso passa pelo aval da lógica também (algo só pode formar um produto dispondo, apenas, da energia que já possui, o que também inibe qualquer explosão no 'vazio' ou possibilidade de matéria eterna, já que a energia decai). Se o decaimento de energia impede o aumento da complexidade, logicamente o ‘efeito’ é sempre menor do que aquilo que o causou. Todos os fenômenos, reações, envolvem gasto de uma forma de energia e produção de outra inferior e ainda outra inutilizável. Uma sucessão infinita de “causas-e-efeitos” é inconcebível, pois a energia é finita, já que se perde - tudo contra o universo material eterno e o Big Bang. Uma condição finita de “caudas-e-efeitos” é mais lógica, mas, porém, inconcebível se vista de forma cética, pois se a matéria surgiu veio de uma Causa superior a ela, a concepção cética só pode trabalhar com o material, não borda o imaterial. Como a Causa - “vazio” pode originar o Efeito - “matéria”? Seria um Efeito maior do que a Causa e um avanço de complexidade, o que não existe.

-A Causa do Efeito "existência mortal" só pode ser algo superior... IMORTAL!-

Então se constata que uma Causa deva ser a primeira, mas também não ser vazia, pelo contrário, ser dotada de atributos absurdamente poderosos, para poder originar toda a inteligência e complexidade que hoje ainda temos – o efeito é menor que a Causa: o efeito inteligência vem de uma causa ainda maior, por exemplo. Deve ser uma Causa Primeira de poder inconcebível, para, mesmo com o decaimento da matéria com o tempo, ainda termos um universo tão quente, complexo e vasto. Ou uma Causa Primeira ainda ativa, regendo o universo e o preservando na harmonia que temos. Por exemplo: se modificada a distância do Sol em 2% em relação a Terra, aumentando a distância congelaríamos e diminuindo queimaríamos. E sabe-se que essa estabilidade de milênios é mantida com a influência das forças gravitacionais de todos os outros planetas do Sistema Solar, das luas e até de outros tantos astros e sistemas mais distantes um jogo intrincado e absurdamente complexo, uma leve modificação pode ruir todo esse sistema. É difícil crer que essa complexidade e exatidão se formou e se mantém por acaso. Deve haver uma Causa extremamente complexa!!!

A Causa-e-efeito, inevitavelmente, indica a existência de Deus. Veja bem, se a Causa deve ser maior do que o Efeito, então a Causa Primeira da matéria deve ir além dela; a Causa Primeira do universo finito é infinita; a Causa Primeira do limitado é ilimitada; a Causa Primeira do contável é incontável; a Causa Primeira do mortal é o imortal; a Causa Primeira do temporal é atemporal; a Causa Primeira do imperfeito é pefeita; a Causa Primeira do imaginável é o inimaginável! A Causa Primeira deve estar além do patamar mais elevado de nossa compreensão, sendo completamente distinta, auto-existente e suficiente, pois não pode haver nada antes dela, nem maior do que ela. Algo no universo, ou além dele, deve ser absolutamente inconcebível - já que a Causa Primeira do concebível só pode ser assim.

- Aliado a Causa-e-Efeito, temos outro conceito inviolável: toda a ação requer uma reação e toda a reação só pode ser resultado da ação de algo anterior. Tantas coisas agem e reagem no nosso universo hoje... todas elas, então, devem ter se originado, o ciclo principiado, através de uma “Ação Primeira”, não sendo essa reação de nada anterior, mas desapegada dessa lei material, mas sim, auto-existente – que se completa em si mesma, que se basta sozinha, características que nada material pode comportar. E mais: apenas algo que existe pode ser o agente formador de uma reação. Então nada de Vazio Absoluto. Ação Primeira->reação/ação->reação...

Algo entorno de 80% de toda a gravidade do universo, que ajuda a mantê-lo organizado, vem de uma fonte misteriosa e que os astrônomos não conseguem encontrar, pois faltam astros para preencher esse vazio, ninguém sabe indicar a origem dessa força colossal. Pode ser essa a prova da Causa Primeira ainda trabalhando? Da mesma forma ecoa um som estranho no universo, que não possui origem. E sabe-se que as estrelas se consomem continuamente e de forma absurda, muitas morreriam em menos de 200 anos, caso não fossem... preservadas e abastecidas por algo!

Algo precisa ser eterno. Nada surge do nada... E quem disse que o Criador não pode ter iniciado tudo com uma explosão e depois trabalhado?

A Causa Primeira precisa, então:

-Ser eterna: para ocupar o ‘espaço’, fazendo-o existir ao passo que o ‘tempo’ é concebido, agindo sobre ele através de sua inconcebível constituição imaterial.

-Possuir constituição: existir indica que é feita de algo. Não material, pois não suportaria a eternidade. A única forma de ser constituída, para servir de base para a origem da matéria, é de algo imaterial. Se a Causa precisa ser superior a algo, então a Causa do Efeito matéria não pode ser material, mas algo maior.

-Ser imaterial: imaterial ela poderá transpor as limitações materiais de tempo. Pois algo precisa ser eterno, ocupando e formando o tempo, o espaço e as bases da matéria criada. O imaterial é a única solução.

As conseqüências de ser Causa Primeira:

Um poder absurdamente grande, pois originou tudo. Um tamanho insondável, pois ela ocupava o espaço outrora inerte a matéria, criando os caminhos para que a matéria fosse criada e se expandisse – pois onde não há matéria, tempo ou espaço, anda se expande. É como o agricultor que prepara a terra para, só depois, plantar. E, existindo até hoje, por ser imaterial e se encontrar ‘alojada’ noutra dimensão – que transpassa completamente a nossa-, a dimensão onde ela impera, aquela que a suporta como não sendo material. Três características, então, são resultantes de ser a Causa Primeira, anterior à matéria e com absoluto domínio sobre a mesma:

-Onipotência: originando tudo, sabe-se que seu poder e capacidade são ainda maiores do que sua criação. Sendo assim, ela tem poder absoluto por sobre o que veio a existir a partir de seu próprio trabalho e sabedoria, à partir das bases imateriais de sua própria constituição, sobre as quais, então, passa a ter total compreensão e controle.

-Onipresença: originando as coisas dentro do espaço que ela já ocupava outrora, tudo o que existe e se movimenta está contido dento dela e sendo mantido por ela. Logo, ela está em todos os lugares que podemos conceber. Toda parte do universo que, sendo regida pelo ‘tempo’, se move e se modifica, está dentro do conhecimento e da visão da Causa Primeira – formadora do próprio tempo e espaço, como já foi visto. E o que tem fora do universo? Além dos “espelhos”? A essência puramente espiritual da Causa Primeira, que não tornou-se matéria, que não foi ‘arada’ para comportar as criações materiais.

-Onisciência: coopera com a onipotência e é parte da onipresença. Se tudo foi criado a partir dela e se tudo o que vem como conseqüência de uma causa, carrega o gene da mesma, então tudo o que existe hoje como efeito, possui sua raiz na Causa e, possivelmente, já existia naquele universo imaterial de onde foi tirada, mas de outra forma e maneira. Isso resulta na compreensão de todo e qualquer fenômeno que possa vir a ocorrer com a criação e dentro do espaço pela Causa Primeira ocupado. Todo o conhecimento insondável de algo que existe pela eternidade e que veio a criar o nosso universo assustadoramente complexo e, em especial, nosso mundo ricamente vivo, indicam que, verdadeiramente, a Causa Primeira tudo sabe.

Sua existência eterna lhe coloca numa realidade de tempo distinta e uma compreensão absoluta do mesmo. Isso, aliado a todo conhecimento sobre a postura humana, as características da Terra e do universo em geral, tornam-na também conhecedora dos tempos futuros.

---- Ela precisa, além de tudo isso, ter sentimentos, nutrir amor, carinho, zelo, ser consciente, ter moral, pois essas características encontramos no homem - existe, sim, a concepção do que é certo e errado intrincada em nossa essência e isso vem de uma Causa. O homem, sendo o que há de mais complexo e maravilhoso na criação, indica uma Causa, no mínimo, semelhante e superior ao próprio. Nossa ânsia por nos relacionarmos também mostra uma Causa que, para produzir seres assim, também gosta de relacionar-se. ----

O que conhecemos pode se enquadrar nesses padrões lógicos? Deus. Ele existe. Assim como há relatos de aparições demoníacas e angelicais no mundo material, relatos de interação intensa de seres insólidos com o sólido, com o concreto, sabemos que Deus, espiritual, pode ter criado a matéria através de sua própria natureza imaterial, sendo essa a matéria-prima, as bases. Também por isso seres espirituais podem manipular e viajar pelo mundo material: o mundo material possui sua raiz no espiritual. Isso explica o porquê dos milagres, das aparições e das inúmeras testemunhas de fenômenos sobrenaturais... Também relatos bíblicos de anjos que manipularam elementos materiais e até comeram comida humana e, hoje ainda, os relatos de duendes, por exemplo, que abocanham maçãs e outras oferendas a eles oferecidas.

Uma experiência vivida vale mais do que mil teoria contrárias. Bilhões de pessoas ao longo da história relataram fenômenos espirituais parecidos, outros ímpares. Hoje, ainda bilhões, relatam tais acontecimentos. Estariam errados, todos esses??

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As bases da matéria: sabemos que a matéria é feita de energia, que a essência dos átomos. Há poucas décadas se descobriu que os átomos são formados de outras partículas: elétrons, prótons e neutros. Estudos ainda mais recentes encontraram bases materiais para essas pequenas partículas que formam as bases atômicas. O máximo de profundidade e complexidade que se pode chegar é nos fótons, quarks, glúons, grávitons, hádrons, bárions... As bases da energia. Mas sabemos que tudo o que está nesse mundo material e que existe é feito de algo. Então os próprios glúons e quarks devem ser feitos de outra coisa, ainda menor e, essas coisas, de outras e assim, devemos supor que são feitos de outra coisa ainda menos e, assim, podemos adentrar infinitamente na matéria, sempre achando algo menor que, em conjunto, forma a partícula maior, nunca haveria fim, nunca se acharia a base absoluta da matéria - essa é a dedução máxima que podemos ter num mundo absolutamente material. Mas sabemos que, de alguma forma, essa ‘matéria base’ deve existir, é impossível haver uma seqüência infinita de bases materiais, sem nunca encontrar aquela que está no princípio de tudo, que é a base final, a base intransponível em nossa consciência material.

Nada pode ser infinito no universo material. Mas, ao mesmo tempo, nada material pode ser auto-existente, sempre uma coisa é formada de outra ou depende de outra, numa corrente vasta e circular. Porém, alguma coisa tem de ser eterna e auto-existente para iniciar essa corrente, ser a base das bases e o princípio de tudo, disso não se pode escapar... E, se não encontramos isso no material, só nos resta o espiritual.

Acima chegamos a conclusão de que precisa-se de uma base definitiva no mais profundo da matéria e que essa não pode ser material: seria essa base, então, o filete que divide o mundo material do espiritual? Sabe-se que as bases, as fundações de nosso mundo material, vindo do espiritual, são espirituais, então o limite da matéria está intimamente ligado ao princípio do espiritual, e, a partir daí o homem nada mais pode encontrar, pois existe a dimensão do mundo espiritual. Mas os seres de lá, espiritualmente como bases do material, podem transpassar facilmente a barreira entre os dois mundos e aqui modificar-se para um corpo, manipulando a matéria que conhecem muito bem. Um deslocamento muito grande de seres espirituais ou do agir do Espírito Santo pode ser sentido, a perturbação ocasionada no transpassar da barreira pode ser percebida por aqueles que mais se ligam ao espiritual. O homem, sendo a obra-prima da Criação, tem poder insondável e pode, também, manipular ou incitar as forças sobrenaturais.

-Então o espiritual forma tudo o que é material e o material não está tão distante de uma concepção e constituição diferenciada, nova, do próprio espiritual base, que sempre existiu.-

-O mundo material e o espiritual estão ligados como uma árvore à terra: não a vemos toda, mas somos obrigados a constatar que a única explicação de o tronco e a copa se sustentarem e nutrirem é que existe uma raiz onde não vemos, uma continuação no invisível, que dá toda a base do que se vê. Como o universo material não se sustenta por si só, há de haver um prolongamento do mesmo no que não é material, no espiritual. Da mesma forma sabemos que a árvore brotou se originou de local fora de nossa visão, à partir de uma semente enterrada.-

Se analisada a constituição única e maravilhosa do ser humano, como também sendo o único ser do universo material que tem na sua essência a consciência, a moral, a ética, sentimentos fortes como amor – que burlam a Seleção Natural que rege todas as outras criaturas-, busca pelo espiritual, a adoração ao que está além da matéria, o medo da morte e do que virá depois e a busca por uma eternidade, além da complexidade e capacidades assombrosas de nosso corpo, percebemos que estamos deslocados do natural, nada nesse mundo poderia ter nos dado tais características (por isso temos que buscar no espiritual) - não somos como animais, somos diferentes, muitíssimo superiores e temos acesso a algo que eles não tem na natureza: o sobrenatural. O homem, sendo obra de Deus baseado nEle, possui, então, a parte espiritual muito avançada, possui o imaterial dento de si. Ao mesmo tempo, habitamos o mundo material, num corpo físico. É a mescla do material e imaterial. - O homem, então, é uma assombrosa criação que fica no intermediário do essencialmente material e o imaterial. Um passo além de qualquer criação espiritual e material, é genuinamente ambas.

Exemplo da interação perfeita e extremamente forte entre nosso corpo humano e nosso espírito humano é que, quando morremos, no último sopro de vida, instantaneamente nosso corpo perde algo entrono de 5 gramas de peso, sem exceção. – Se o corpo morre, o espírito também se dissipa, pois o espírito humano só perdura nessa terra estando no corpo humano. Porém o espírito não morre como o corpo, pois o espírito é a parte imaterial do homem, a parte que se liga ao eterno - o imaterial não acaba. O espírito se une ao senhor a quem servia juntamente com o corpo em vida: Deus ou a corja de Satanás – não servindo Satanás, mas tendo o mesmo destino que ele, pois optou por ir ao local que fora preparado por Deus para que o Pai da Mentira sofresse sua condenação.

Exemplos dessa intensa ligação que podemos ter com o espiritual podem ser tiradas tanto de servos de Deus como de seguidores do paganismo: vide Sansão, um dos juízes, firme servo do Senhor, tendo força sobre-humana vinda da sua união com o poder de Deus, num conflito contra filisteus chegou a ferir mil deles com uma queixada de jumento. Também derrubou um templo forçando dois grossos pilares.

Do outro lado podemos citar os comprovados berserkers vikings, famosos por sua ira indomável e força absurda. Lutavam com ira suicida, extremamente mortais e violentos. Diziam ter o “corpo fechado” e, por isso, lutavam sem armadura ou capacete, muitas vezes nem escudo, apenas empunhando um machado. Quando uma família descobria possuir um berserker, o expulsavam de casa por ser muito perigoso, pois podia surtar do nada e matar a todos, daí ele se escondia na floresta, sendo requisitado para a batalha. A questão é que diziam incorporar a fúria de Odin, perdiam o próprio controle de seu corpo e, verdadeiramente possuídos, lutavam como gigantes.

-Descrições de como será o Paraíso, o Céu, mostram-nos um mundo muito espiritual, mas, ao mesmo tempo, com fortes características materiais, ou, essencialmente espiritual, provando que a constituição do imaterial está bem próxima do material. Haverá estradas, cidades, alimento como o que conhecemos, música... Serão “Novos Céus e nova Terra.”-
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Ao longo da história são relatadas criaturas monstruosas e demoníacas constantemente. Pessoas também são acusadas de fazer uso de ‘magia’ e etc. Que consideramos mitologia, lenda, falácia hoje, pode ter sido fruto do que povos isolados viam, faziam e sentiam, é inconcebível que tantas coincidências de relatos sejam frutos de meras lendas, criadas por sobre os anseios vividos pelos povos, pois cada povo tinha uma realidade diferenciada e uma cultura adversa, o que impediria relatos tão parecidos e inúmeros, cridos com tanta certeza por todos.

Por exemplo: estudos de hoje dizem que o ciclope foi criado à partir do crânio de elefante. Ora, os antigos não eram tão estúpidos. Gregos enfrentaram elefantes usados por persas, gregos desbravaram o norte da África e certamente viram cemitérios e ossadas inteiras de elefantes, além de conhecer os próprios e, quem sabe, até presenciar a decomposição de cadáveres. Não poderiam ter se enganado de forma tão estúpida.

Por que há criaturas míticas semelhantes nos quatro cantos do mundo e em épocas diferentes? Duendes, gigantes, dragões, mortos-vivos... relatados entre maias, chineses, europeus, africanos, mesopotâmicos... Sem vestígios suficientes em ossadas e sabendo que duendes, por exemplo, são relatados até hoje, nos resta visar os seres espirituais e sua proximidade e fácil manipulação do material, transpondo a barreira entre espiritual e material e formando corpos.

Nos tempos em que o homem se prendia ao catolicismo infernal da Idade Média e outros se prendiam a religiões pagãs e o faziam mais fervorosamente quando perturbados pelos demônios, uma estratégia para condenar os homens ao inferno era os demônios aparecerem constantemente e se exibirem. Creio que as religiões diversas desse mundo tenham se originado de estratégias demoníacas. Hoje, com o ceticismo, o ocidente e o extremo oriente está quase inerte às aparições, é melhor os demônios usarem as pessoas nos prazeres e diversos pecados, do que aparecerem e acabarem com o ceticismo condenador. Na Índia, terreiros de macumba e etc as aparições são constantes ainda, pois o paganismo impera.

Deus só revela seu poder aos que o seguem. Aqueles cujo o espírito de seu corpo condiz com as características do Espírito Santo, só assim interagem. Então é no cristianismo que O Espírito se manifesta - mas no sério cristianismo, uma fração mísera do cristianismo hoje. Se Deus aparecesse ao mundo, não haveria livre-arbítrio, aquilo pelo que o homem optou no Jardim do Éden. Apesar disso, Deus se mostra constantemente na Criação maravilhosa, nitidamente espiritual.

Recapitulando: a matéria não pode ser auto-existente e ilimitada, pois é nada mais do que material. Por isso, antes da matéria existir, havia o imaterial eterno, já que a eternidade é óbvia – nada simplesmente surge do vazio absoluto e algo precisa ser eterno para definir o tempo e o espaço, a fim de propiciar o surgimento e o dinamismo do que temos hoje. O eterno/imaterial é essencial para iniciar qualquer ciclo:

|’Antecessor não Sucessor’ -> sucessor/antecessor -> sucessor/antecessor... (->) . Um sucessor se torna antecessor à medida que outra coisa se origina dele. Então: como algo só pode vir a ser considerado ‘antecessor’ de outra coisa após passar pelo estágio de ‘sucessor’, contata-se que nada material começa sozinho, se ‘auto-cria’. Apenas algo imaterial pode ser auto-existente e iniciar esse ciclo, para que o mesmo não seja infinitamente insóbrio. Deus é o antecessor de tua a sua projetada Criação, que, por meio de Sua vontade, sabedoria e poder, veio a sucedê-Lo...

|’Causa Primeira’ -> efeito/causa -> efeito/causa.... (->) . Um ‘efeito’ se torna uma ‘causa’ ao passo que produz algo, um outro ‘efeito’, à partir dele. Então: para algo ser uma ‘causa’, primeiro precisa passar pelo estágio ‘efeito’, já que depende de uma ‘causa’ anterior. Apenas algo eternamente imaterial pode fugir dessa regra material e dar um princípio a todo o ciclo. Deus é, sim, a Causa de todo o Efeito Criação, se não por Ele, como haveria de existir um universo tão complexo e perfeito? E a vida, mais complexa do que o próprio universo que a abriga??

|‘Caminho Base’ -> objeto/caminho -> objeto/caminho... (->) . Um ‘objeto’ se torna ‘caminho’ ao passo que uma forma menos vasta se aloja nele. Então: se para algo se tornar um ‘caminho’, primeiro é ‘objeto’ de um ‘caminho’ maior, há de haver um ‘caminho para todos os caminhos/objetos’, só assim a seqüência se torna finita, pois nada material é ilimitado e infinito. A única opção é que algo imaterial sustente toda a vastidão material, servindo de suporte a tudo. Deus é o Caminho, aquele que está presente, suportando todo o universo criado por Ele e situado nEle.

|’Base Primeira’ -> matéria/base -> matéria/base... (->) . A matéria se torna base de outra coisa, ao passo que, em determinada constituição, serve de alicerces para algo mais complexo. Então: antes de ser ‘base’ para algo mais complexo, determinada matéria deve ser formada por bases ainda menores, que a constituam, supostamente levando há uma seqüência infinita de ‘bases para as bases’, já que nada material auto-existe e se forma e mantém ‘por si/em si mesmo’. A única maneira de escapar desse interminável raciocínio, é aceitar que uma base primeira exista, sendo espiritual, auto-existente/preexistente, para, assim, dar início a vasta constituição da matéria. Deus é a base de tudo, aquele que sustenta e rege o universo na Sua essência, que outra sabedoria, senão a do Criador, poderia manter em ordem algo tão vasto e assombrosamente complexo, que é o nosso universo??

|’Existência<=>tempo/espaço’ -> origem material/expansão... (->) . A partir de uma preexistência, formadora do tempo/espaço, a matéria pode surgir e se expandir. Então: só onde existe tempo/espaço algo pode habitar e só onde algo habita existe o tempo/espaço. Como a matéria nem sempre esteve aqui, algo imaterial teve de tomar essa posição eterna para sustentar tal complexidade e relação inviolável, só assim a matéria que hoje existe pode ter tido tempo e espaço para vir a existir e se expandir. Deus sempre existiu no mais eterno passado, hoje existe e sempre existirá, por Sua existência é que todo o universo existe!

Como se ligar à Deus? Parecendo-se com Ele, nosso espírito então passa a aceitá-lo e fazer parte da sua essência onipresente. Também seguir a regras que o criador impôs, pois quem cria tem o direito de criar leis. Um detalhe interessante de se analisar é a força e influência que a música tem no nosso espírito, nos atinge no mais íntimo de nosso ser, o que indica seu poder de interagir com a principal parte de nossa constituição. No Céu há música, há anjos especialistas no louvor, em Israel Deus logo tratou de separar uma tribo especialmente para se dedicar ao louvor. Nossa ligação pra com Deus pode ser facilitada por uma música que traga palavras que incentivem isso, que traga na essência esse poder, que tenha um espírito divino a acompanhando.
A oração é eficiente, pois existe, sim, uma língua no Céu, os anjos possuem uma língua, Adão e Eva nasceram com uma língua e Deus, como Causa do ‘Efeito homem’, compreende-nos quando falamos com Ele em palavras e se interessa pelo que sai de nossa boca. Isso também vêm do desejo de Deus de se relacionar conosco. É comprovado que o homem ligado à Deus vive mais e que existe, sim, um poder verdadeiro por detrás da oração, inúmeros médicos, muitos curados e todos os cristãos verdadeiros são testemunhas disso. As curas e ajuda divina são fatos, pensando assim: Aquele que tudo sabe e conhece pode resolver qualquer questão, se tal estiver dentro de Seus planos e segundo o que Ele pensou.

A união com outros como nós, que desfrutem da mesma ligação com o Espírito de Deus só vêm a fortalecer, pois ali se une a essência espiritual de todos os reunidos.

E como se fica do “outro lado”? Seguindo o mesmo raciocínio: aqueles cujo o espírito está deturpado, destruído, vem a encaixar-se e se sintonizar com os decaídos... Aqueles que seguiram Satanás na Queda e possuem as mesmas características. Não existe meio-termo. Deus não pode obrigar ninguém a segui-lo, então um ‘indefinido’ é rapidamente atingido e tomado pelos que sabem como oprimir e impor: os demônios. Como sucedeu a Queda? Lúcifer era um anjo poderoso, fruto de um Deus criativo, que criou com o material disponível várias obras, assim como o carpinteiro entalha a madeira quando a possui em mãos.

Vendo seu poder, talvez ciente de que Deus queria criar algo ainda maior do que os anjos, que até então eram a obra mais importante, e que Deus iria submeter os anjos ao serviço dos homens, percebeu uma insatisfação de alguns dos seus próximos e, querendo tomar o controle, ser maior que seu Criador, aproveitou-se dos já propícios à revolta. Por isso caíram e, distantes da Glória de Deus, nos céus, seu poder espiritual se deturpou, inimigos de Deus, já não condiziam e encaixavam sua essência com a dEle, destruindo-se e se desfigurando numa coisa relativamente nova: o maligno. Até então não havia nada que não se ligasse em características a Deus, todas as obras eram a essência de Deus. Assim que algo se distanciou, virou uma espécie de oposto, desfigurou-se por não mais ser essencialmente de Deus.

Satanás só pode ter tido a ânsia de tomar o poder, pois foi criado, assim como os demais anjos, com inteligência própria, personalidade e razão -> anjos pensam, analisam, estudam e decidem, sim -> mas poucos desejariam enfrentar ou encontrar distância da glória do Pai depois de vê-Lo e conhecê-Lo diretamente no Céu. Também, depois de ver e conhecer sua glória assombrosamente grande, Lúcifer acabou almejando-a, de fato achou-a tentadora – no lugar de Deus ele se sentaria no trono do universo. Distante dEle, não passa de um anjo caído e deturpado, sujeito à ordens dos Filhos de Deus e mais fraco do que muitos anjos fiéis, já condenado em profecias que se cumprirão logo.
Observação: nem frio nem escuridão existem. Frio não é mais do que ausência de calor. Escuridão, não mais do que ausência de luz. Quando um determinado espírito já não mais combina com as características de seu Criador, do Espírito de Deus, então se desliga dEle e a ausência, a distância que tal indivíduo toma de do Pai, lhe acarreta o desfigurar, lhe torna o oposto do que em Deus era. Se luz e o calor de Deus são rejeitados, então o espírito ousado se escurece e esfria, instantaneamente. Como aconteceu com Satanás, os seus seguidores e como acontece com a humanidade em sua grande parte. O Maligno não existe originalmente, ele nada mais é do que o resultado de espíritos “mortos”.

Desde o princípio o Mal está condenado por Deus, pois não faz parte dEle. A concepção de Deus, eterno, é diferente da nossa e o que pra nós parece um vasto período de tempo, pra Deus pode não ser. Podemos pensar que Deus está demorando pra se livrar do Mal, mas em Sua concepção não está: além de desejar restaurar Sua obra-prima através da livre escolha dos homens (optar entre Ele ou o Mal), o que tem seu tempo, o Maligno já está tecnicamente morto, ao passo que seu fim é certo e programado.-

Como Deus sempre criou para se relacionar com suas obras, não as fez meras máquinas perambulantes, mas corpos únicos, todos diferentes entre si. Os motivos de ter criado só poderão ser verdadeiramente compreendidos quando estivermos com Ele, mas o fato é que, aquilo que é eterno simplesmente É O QUE É! Havendo algo eterno, sem origem, não há empecilho ou questionamento fundado para invalidar suas obras e sua postura, pois o eterno é inquestionável e ponto final. Sabendo que algo eterno existe, por que não crer em Deus, o ser eterno mais compatível com as características já citadas?

Veja a continuação aqui. Criacionismo aqui.

Natanael Castoldi

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